15 março, 2023

Razões bíblicas para rejeitar a pretensão do Governo de legalizar as drogas no país.

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania no país, Silvio Almeida, chamou a atenção do público na semana anterior ao demonstrar interesse em aumentar o debate sobre a legalização das drogas. Em entrevista a “BBC Brasil”, o ministro declarou que é importante o STJ discutir o tema.

Na avaliação de Almeida, uma nova visão a respeito das substâncias químicas poderia ajudar a diminuir a população carcerária do Brasil. Desde 2015 uma ação está parada no STJ, onde o foco é discutir o tema. Mesmo tendo muitas críticas e estudos que comprovam os riscos de se usar drogas, a atual gestão estuda uma visão diferente do assunto.

Um resumo dos argumentos dos defensores da descriminalização das drogas seria o seguinte:  acaba com o tráfico de drogas, aumenta os ganhos do Estado com impostos relacionados à droga, resolve o problema da violência porque a maconha cura doenças, faz menos mal que cigarros, só relaxa o usuário e por tais razões deveria ter o seu consumo liberado. Outro argumento em prol da legalização sublinha que o consumo de drogas é só um problema do indivíduo (direito individual à utilização de substâncias psicoativas) e não da sociedade.

Embora camufladas em seus efeitos nocivos, as experiências internacionais de legalização mostram uma realidade bem distante dos pretensos "paraísos" da liberdade de consumo dos entorpecentes.  

 

Legalização das drogas: a liberação do inferno na terra

Diferentes documentários produzidos em anos recentes mostram as consequências da liberação das drogas nos Estados Unidos. Embora ressaltem dois "benefícios" básicos (aumento da receita tributária e redução das taxas de prisão pela posse das substâncias), essas investigações identificaram crescimento na produção e consumo de cocaína e o lógico aumento estratosférico no número de viciados. Em algumas cidades norte-americanas ocorreu uma epidemia de consumo de drogas acompanhada do crescimento na quantidade de "zumbis" perambulando pelas ruas, consequência previsível, ou pelo menos deveria ser, posto que é o natural. Essas produções documentais também mostram ex-ricos que empobreceram atraídos pelo canto da sereia do estilo de vida romantizado dos usuários de drogas. Um detalhe deveria ser realçado em letras garrafais: TRAFICANTES MIGRAM DO MERCADO ILEGAL PARA O MERCADO DE VENDA LEGALIZADA DE DROGAS. A propósito, uma onda de invasão de traficantes mexicanos e de alguns outros países da América Central aos EUA é outro ponto notável.

Na Holanda a política de flexibilização, que vem ocorrendo desde os anos 1970, levou a um aumento considerável no consumo de drogas, aumento da dependência dos viciados o que, por sua vez, elevou o incentivo à produção de drogas cada vez mais potentes. A legalização nesse país não acabou com o mercado ilegal; ao contrário, este ficou bastante ativo nas áreas e horários em que os estabelecimentos de venda legalizada impõem restrições para a aquisição de drogas.

Um dado ocultado pelos defensores da legalização das drogas é que a Holanda, espécie de capital das drogas da Europa Ocidental, se tornou "ímã para criminosos". Dados de autoridades francesas e da Grã-Bretanha apontam que aproximadamente 80% da heroína usada ou vendida nesses países passaram pela Holanda ou lá foram estocadas por algum tempo. A Holanda se transformou em abrigo para traficantes de drogas que lá "trabalham" sem dificuldades. 

Um dos maiores incômodos para as autoridades holandesas, entretanto, foi o aumento das taxas de uso e dependência e crescimento das taxas de internação por uso descontrolado da maconha. Por tais razões, há 12 anos o governo holandês tem imposto uma política de restrições com o banimento de turistas dos estabelecimentos de venda de drogas, os coffee shops, em algumas cidades, locais que também testemunharam aumento da violência praticada por turistas usuários de drogas, razão adicional para o banimento dos tais. Outra medida foi a reclassificação de drogas pesadas. Tais medidas tem sido vistas como necessárias até pelas próprias autoridades de Amsterdã.

Uruguai, que aprovou a legalização 10 anos atrás, é  outro exemplo eloquente de monumental fracasso das políticas de flexibilização de venda e consumo de drogas. Um dos efeitos foi o aumento de assassinatos pelos narcotraficantes. Mas deixarei a pesquisa honesta relacionada ao Uruguai para o leitor.

E, para arrematar, já temos um exemplo barulhento no país do poder da legalização das drogas para liberar o inferno na terra: a Cracolândia de São Paulo. 

Se o ministro dos Direitos Humanos fala em nome do governo, como parece ser o caso, a parcela racional da sociedade brasileira precisa estar atenta para rechaçar de modo veemente qualquer esforço político, de origem humana ou demoníaca, para trazer o inferno à terra do Brasil.


7 razões bíblicas para rejeitar a legalização das drogas

A Bíblia não trata diretamente sobre as modernas drogas, mas princípios bíblicos, quando devidamente conhecidos e aplicados, nos dão direcionamento com base em uma cosmovisão cristã. Apontamos sete razões para o cristão ser contra a descriminalização das drogas. 


1 - É função do Estado proteger os praticantes do bem e punir os maus

"seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem" (1  Pedro 2.14 NVI).

O apóstolo Pedro ensinou claramente em sua primeira epístola sobre um dos papéis fundamentais da autoridade civil: punir os malfeitores e honrar os que praticam o bem. 

O apóstolo Paulo também ensinou que é função do Estado legislar e praticar a justiça enaltecendo os que praticam o bem, e punindo os praticantes do mal. O ensino paulino ressalta que as autoridades foram instituídas por Deus e dEle procedem. Paulo chega a declarar que a autoridade é ministro de Deus para o bem (Romanos 13.1-5).

Quando um governo promove a legalização das drogas, deixa de cumprir o papel para o qual foi estabelecido por Deus e protagoniza uma inversão de valores: enaltece criminosos e pune os que praticam o bem.

2 - A autoridade peca ao promover o hedonismo

Escrevendo a Timóteo, Paulo diz que nos últimos dias haveria uma intensificação das práticas de pecados. No rol de iniquidades, o apóstolo destaca que os homens seriam "mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus (2 Timóteo 2.4). Quando um governo fomenta a legalização da drogas, comete o pecado da promoção do hedonismo, pois o uso de drogas é uma forma desenfreada e autodestrutiva de experimentar prazer. Toda forma de hedonismo é condenada por Deus (Gálatas 5.19-21).

3 - Legalizar drogas é esforço para destruir as famílias

A família é a estrutura por meio da qual Deus criou a humanidade. Aprovar a descriminalização das drogas é ser favorável a destruição da família, de lares, de casamentos. Em seu terrível quadro da humanidade dos últimos dias, Paulo descreve que os homens serão, entre outras coisas, "sem amor pela família" (2 Tm 3.3). "Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente" (1 Timóteo 5.8). O "cristão" favorável a legalização é, na verdade, um traidor da fé que tornou-se pagão.  

4 - Legalizar drogas é projeto para desonrar pai e mãe

"Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios," (2 Timóteo 3.1,2).

Filhos drogados são ingratos e desobedientes aos pais. Eles violam um dos principais mandamentos do Decálogo: "Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus te dá" (Êxodo 20.12). 

Para sustentar o vício, dependentes costumam ameaçar, usar de violência contra os próprios pais, desonrando-os; eles acrescentam mais um pecado a sua lista de iniquidades abomináveis ao quebrar outro mandamento do Decálogo: "Não furtarás" (Êxodo 20.15). Na literatura policial há ainda farta descrição de drogados que acabam assassinando os próprios progenitores. Então, lembremos do mandamento divino que diz "Não matarás" (Êxodo 20.13).

5 - Legalizar drogas é empenho para que muitas pessoas percam o domínio próprio e a própria mente

"Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem," (2 Timóteo 3.2,3).

A perda da lucidez e sobriedade é corolário natural do vício em drogas. Essa condição mental não raramente é acompanhada de tragédias, tais como as que foram descritas no item anterior. É possível que a intensificação da perda do domínio próprio nos dias que antecedem a vinda de Cristo seja resultado, entre tantas práticas hedonistas, do aumento exagerado do consumo de drogas. 

6 - Ser favorável a legalização das drogas é ser inimigo do bem

"Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem," (2 Timóteo 3.2,3).

O significado de "ser inimigo do bem", no caso de apoiadores da legalização, é tão óbvio que nem é necessário comentário adicional.

7 - Ser favorável a legalização das drogas é apoiar a profanação do que deveria ser templo do Espírito Santo

"Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?" (1 Coríntios 6.19).

Deus criou o homem para a Sua glória e louvor. O corpo deve ser usado para glorificar a Deus e servir de habitação ao Espírito Santo. As drogas profanam esse santuário convertendo-o em habitação de um terrível pecado e, quiçá, de demônios.


Conclusão

Quando um governo planeja legalizar as drogas, torna-se promotor do mal porque desviou-se do projeto divino para o qual foi designado. Cumpre aos cristãos engajarem-se, por todos os meios possíveis, para que esse projeto maligno não se concretize em nosso país. Orar pelas autoridades é uma das principais exortações aos crentes encontradas na Escritura.

"Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador," (1 Timóteo 2.1-3).

 

Por Sandro Moraes

2 comentários:

Otoniel Oliveira disse...

Excelente ponto de vista, crítico, assertivo e bíblico, que muitos possam ler sua publicação

Sandro Moraes disse...

Obrigado, Pastor Otoniel. Seus comentários são sempre bem vindos.