O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania no país, Silvio Almeida, chamou a atenção do público na semana anterior ao demonstrar interesse em aumentar o debate sobre a legalização das drogas. Em entrevista a “BBC Brasil”, o ministro declarou que é importante o STJ discutir o tema.
Na avaliação de
Almeida, uma nova visão a respeito das substâncias químicas poderia ajudar a
diminuir a população carcerária do Brasil. Desde 2015 uma ação está parada no
STJ, onde o foco é discutir o tema. Mesmo tendo muitas críticas e estudos que
comprovam os riscos de se usar drogas, a atual gestão estuda uma visão
diferente do assunto.
Um resumo dos
argumentos dos defensores da descriminalização das drogas seria o
seguinte: acaba com o tráfico de drogas, aumenta os ganhos do Estado
com impostos relacionados à droga, resolve o problema da violência
porque a maconha cura doenças, faz menos mal que cigarros, só relaxa o
usuário e por tais razões deveria ter o seu consumo liberado. Outro argumento
em prol da legalização sublinha que o consumo de drogas é só um problema do
indivíduo (direito individual à utilização de substâncias psicoativas) e não da
sociedade.
Embora camufladas
em seus efeitos nocivos, as experiências internacionais de legalização mostram
uma realidade bem distante dos pretensos "paraísos" da liberdade de
consumo dos entorpecentes.
Legalização das drogas: a liberação do inferno na terra
Diferentes
documentários produzidos em anos recentes mostram as consequências da liberação
das drogas nos Estados Unidos. Embora ressaltem dois
"benefícios" básicos (aumento da receita tributária e redução das
taxas de prisão pela posse das substâncias), essas investigações identificaram
crescimento na produção e consumo de cocaína e o lógico aumento estratosférico
no número de viciados. Em algumas cidades norte-americanas ocorreu uma epidemia
de consumo de drogas acompanhada do crescimento na quantidade de "zumbis"
perambulando pelas ruas, consequência previsível, ou pelo menos deveria ser,
posto que é o natural. Essas produções documentais também mostram ex-ricos que
empobreceram atraídos pelo canto da sereia do estilo de vida romantizado dos usuários
de drogas. Um detalhe deveria ser realçado em letras garrafais: TRAFICANTES
MIGRAM DO MERCADO ILEGAL PARA O MERCADO DE VENDA LEGALIZADA DE DROGAS. A
propósito, uma onda de invasão de traficantes mexicanos e de alguns outros
países da América Central aos EUA é outro ponto notável.
Na Holanda a
política de flexibilização, que vem ocorrendo desde os anos 1970, levou a um
aumento considerável no consumo de drogas, aumento da dependência dos viciados
o que, por sua vez, elevou o incentivo à produção de drogas cada vez mais
potentes. A legalização nesse país não acabou com o mercado ilegal; ao
contrário, este ficou bastante ativo nas áreas e horários em que os
estabelecimentos de venda legalizada impõem restrições para a aquisição de
drogas.
Um dado ocultado
pelos defensores da legalização das drogas é que a Holanda, espécie de capital
das drogas da Europa Ocidental, se tornou "ímã para criminosos".
Dados de autoridades francesas e da Grã-Bretanha apontam que aproximadamente
80% da heroína usada ou vendida nesses países passaram pela Holanda ou lá foram
estocadas por algum tempo. A Holanda se transformou em abrigo para traficantes
de drogas que lá "trabalham" sem dificuldades.
Um dos maiores
incômodos para as autoridades holandesas, entretanto, foi o aumento das taxas de
uso e dependência e crescimento das taxas de internação por uso descontrolado
da maconha. Por tais razões, há 12 anos o governo holandês tem imposto uma
política de restrições com o banimento de turistas dos estabelecimentos de
venda de drogas, os coffee shops, em algumas cidades, locais que também
testemunharam aumento da violência praticada por turistas usuários de drogas,
razão adicional para o banimento dos tais. Outra medida foi a reclassificação
de drogas pesadas. Tais medidas tem sido vistas como necessárias até pelas
próprias autoridades de Amsterdã.
O Uruguai,
que aprovou a legalização 10 anos atrás, é outro exemplo eloquente de
monumental fracasso das políticas de flexibilização de venda e consumo de
drogas. Um dos efeitos foi o aumento de assassinatos pelos narcotraficantes.
Mas deixarei a pesquisa honesta relacionada ao Uruguai para o leitor.
E, para arrematar,
já temos um exemplo barulhento no país do poder da legalização das drogas para
liberar o inferno na terra: a Cracolândia de São Paulo.
Se o ministro dos Direitos Humanos fala em nome do governo, como parece ser o caso, a parcela racional da sociedade brasileira precisa estar atenta para rechaçar de modo veemente qualquer esforço político, de origem humana ou demoníaca, para trazer o inferno à terra do Brasil.
7 razões bíblicas para rejeitar a legalização das drogas
A Bíblia não trata diretamente sobre as modernas drogas, mas princípios bíblicos, quando devidamente conhecidos e aplicados, nos dão direcionamento com base em uma cosmovisão cristã. Apontamos sete razões para o cristão ser contra a descriminalização das drogas.
1 - É função do Estado proteger os praticantes do bem e punir os maus
"seja
aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e
honrar os que praticam o bem" (1 Pedro 2.14 NVI).
O apóstolo Pedro
ensinou claramente em sua primeira epístola sobre um dos papéis fundamentais da
autoridade civil: punir os malfeitores e honrar os que praticam o bem.
O apóstolo Paulo também ensinou que é
função do Estado legislar e praticar a justiça enaltecendo os que praticam o
bem, e punindo os praticantes do mal. O ensino paulino ressalta que as
autoridades foram instituídas por Deus e dEle procedem. Paulo chega a declarar
que a autoridade é ministro de Deus para o bem (Romanos 13.1-5).
Quando um governo promove a
legalização das drogas, deixa de cumprir o papel para o qual foi estabelecido
por Deus e protagoniza uma inversão de valores: enaltece criminosos e pune
os que praticam o bem.
2 - A autoridade peca ao
promover o hedonismo
Escrevendo a Timóteo, Paulo diz que
nos últimos dias haveria uma intensificação das práticas de pecados. No rol de iniquidades, o apóstolo destaca que os homens seriam "mais amantes dos
prazeres do que amigos de Deus (2 Timóteo 2.4). Quando um governo fomenta a
legalização da drogas, comete o pecado da promoção do hedonismo, pois o uso de
drogas é uma forma desenfreada e autodestrutiva de experimentar prazer. Toda
forma de hedonismo é condenada por Deus (Gálatas 5.19-21).
3 - Legalizar drogas é esforço para
destruir as famílias
A família é a estrutura por meio da
qual Deus criou a humanidade. Aprovar a descriminalização das drogas é ser
favorável a destruição da família, de lares, de casamentos. Em seu terrível
quadro da humanidade dos últimos dias, Paulo descreve que os homens serão,
entre outras coisas, "sem amor pela família" (2 Tm 3.3). "Se alguém não cuida de seus
parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que
um descrente" (1 Timóteo 5.8). O "cristão" favorável a
legalização é, na verdade, um traidor da fé que tornou-se pagão.
4 - Legalizar drogas é projeto para desonrar pai e mãe
"Saiba
disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão
egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios," (2 Timóteo 3.1,2).
Filhos drogados são ingratos e
desobedientes aos pais. Eles violam um dos principais mandamentos do
Decálogo: "Honra
teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus
te dá" (Êxodo 20.12).
Para
sustentar o vício, dependentes costumam ameaçar, usar de
violência contra os próprios pais, desonrando-os; eles acrescentam mais um
pecado a sua lista de iniquidades abomináveis ao quebrar outro mandamento do Decálogo: "Não
furtarás" (Êxodo 20.15). Na literatura policial há ainda farta descrição de
drogados que acabam assassinando os próprios progenitores. Então, lembremos do
mandamento divino que diz "Não matarás" (Êxodo 20.13).
5
- Legalizar drogas é empenho para que muitas pessoas percam o domínio próprio e
a própria mente
"Os
homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos,
desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família,
irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem,"
(2 Timóteo 3.2,3).
A perda da lucidez e sobriedade é
corolário natural do vício em drogas. Essa condição mental não raramente é
acompanhada de tragédias, tais como as que foram descritas no item anterior. É
possível que a intensificação da perda do domínio próprio nos dias que
antecedem a vinda de Cristo seja resultado, entre tantas práticas hedonistas,
do aumento exagerado do consumo de drogas.
6 - Ser favorável a legalização das
drogas é ser inimigo do bem
"Os
homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos,
desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família,
irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem," (2 Timóteo 3.2,3).
O significado de "ser inimigo do
bem", no caso de apoiadores da legalização, é tão óbvio que nem é
necessário comentário adicional.
7 - Ser favorável a legalização das
drogas é apoiar a profanação do que deveria ser templo do Espírito Santo
"Acaso
não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em
vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?" (1
Coríntios 6.19).
Deus criou o homem para a Sua glória e
louvor. O corpo deve ser usado para glorificar a Deus e servir de habitação ao
Espírito Santo. As drogas profanam esse santuário convertendo-o em habitação de
um terrível pecado e, quiçá, de demônios.
Conclusão
Quando um governo planeja legalizar as
drogas, torna-se promotor do mal porque desviou-se do projeto divino para o
qual foi designado. Cumpre aos cristãos engajarem-se, por todos os meios
possíveis, para que esse projeto maligno não se concretize em nosso país. Orar
pelas autoridades é uma das principais exortações aos crentes encontradas na Escritura.
"Antes
de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de
graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem
autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade
e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador," (1
Timóteo 2.1-3).
Por Sandro Moraes
2 comentários:
Excelente ponto de vista, crítico, assertivo e bíblico, que muitos possam ler sua publicação
Obrigado, Pastor Otoniel. Seus comentários são sempre bem vindos.
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