27 março, 2014

Resposta a calvinistas fanáticos

Já faz alguns meses que escrevi o artigo intitulado O calvinismo na teoria e a impossibilidade de vivê-lo na prática ou a onipresença do arminianismo. Só agora, entretanto me dei conta de que alguns comentários foram acrescentados. Eles merecem respostas.

A seguir posto os comentários por partes, em negrito e itálico; as minhas respostas vêm em seguida em caracteres normais:


Queiroz disse...

Meu irmão, a mentira é do Diabo, e quando você diz que os calvinistas estão mentindo, está dizendo que somos do Diabo. 

Ou o internauta identificado aqui como Queiroz não leu o meu artigo com a devida atenção ou faz de conta que não entendeu para distorcer minhas palavras e afirmar o que eu não disse com a intenção de me descredibilizar. Sendo este o caso, é perturbadora a única conclusão possível do quanto a idolatria a teologias humanas falíveis é capaz de por em chamas a integridade de caráter, mesmo a de um suposto cristão. Não afirmei categoricamente em nenhum momento que calvinistas mentem quando pregam o evangelho. Afirmei sim que na situação hipotética de o calvinismo estar certo ao afirmar que Cristo só morreu pelos eleitos porque amou unicamente os tais, como ensina o postulado da Expiação Limitada, o calvinista estaria mentindo se dissesse a não-eleitos que Cristo os ama. Como a Escritura nega esse amor limitado principiando a prova por João 3.16, o calvinista não mente ao falar do amor sacrificial de Cristo pelos não-eleitos, malgrado esteja sendo em sua conduta inconsistente com a teologia que professa na teoria. De fato ele nega na prática aquilo que pensa garantir em tese. Na teoria, e apenas na teoria, ele é predestinista; na prática ao cumprir a Grande Comissão é arminiano, paradoxo e "maldição" inevitável de todo calvinista que prega o Evangelho.

Na sua interpretação Jesus também mentiu quando mandou pregar a toda criatura, e aquele que crê será salvo e o que não crê está condenado. 

Só uma monumental desonestidade intelectual explica o disparate. Em minha interpretação coisa nenhuma. Em nenhum momento afirmei ou sugeri, nem sub-repticiamente, que Jesus mentiu. Sua assertiva mentirosa..., essa sim, é do Diabo. Reitero minha declaração, em revanche, de que unicamente um arminiano se sente à vontade para falar do amor de Deus a qualquer pessoa pois, como deve ser do seu conhecimento, os arminianos defendem que Cristo morreu por todos os homens sem exceção, mas só os que creem são salvos. A maioria rejeita pelo próprio arbítrio o convite divino de salvação extensivo a todos, salvação só efetivada, porém, na vida dos que crerem. Dei ênfase, deu pra entender agora?

Ninguêm sabe quais são os eleito e nem de que forma isso aconteceu, a não ser DEUS que é Excelso e Soberano sobre todas as coisas. Nossa missão é pregar porque a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus,e as ovelha de Jesus ouvem a sua voz e o seguem,eis aí a razão de não estarmos mentindo. 

Essa sua afirmação é um clichê predestinalista bem conhecido mas ainda incapaz de solucionar o problema ressaltado no comentário anterior. É óbvio que ninguém sabe de antemão quem é eleito. É evidente que precisamos pregar a palavra de Deus. É lógico que muitos dos que ouvirem a pregação irão se converter e a fé vem pelo ouvir a palavra da verdade. Não é isso que estava em questão no meu texto. A questão, reforço, é: como o calvinista poderia falar "Jesus te ama" para qualquer pessoa sem estar mentindo caso o interlocutor abordado fosse um não-eleito? Impossível pela lógica calvinista, não é?! Felizmente a Expiação Limitada é anti-escriturística. Se fosse verdadeira o calvinista entraria em crise ao se dar conta da contradição, da incompatibilidade mesmo entre o Ide e a Expiação Particular. A compatibilidade só existe no ideário irracional dos que evocam o mistério ou a necessidade de alcance dos eleitos. A incompatibilidade resiste, sobrevive alimentada pelas próprias tentativas mal-sucedidas dos argumentos pusilânimes dos deterministas.

E mais, nem todos que estão nas igrejas são salvos, porque não tiveram um novo nascimento verdadeiro comprovado por seu testemunho fiel às Escrituras Sagradas, e ninguém engana a Deus porque Ele vê e conhece o Coração, a Mente as Palavras e as Ações, sendo por isso que o joio cresce junto com o trigo e será separado na colheira. 

É óbvio, nem preciso comentar. Não é esse o seu problema. Um dica: reduza os seus erros ortográficos, erros de concordância. Não seria mau!

Essas divergências de interpretações bíblicas não podem separar aqueles que creem em Jesus com o coração e o confessam com a boca, porque Nele somos um, mais do que vencedores e vamos nos encontrarmos na mansão celestial. Um abraço fraternal em Cristo. 19 de outubro de 2013 11:11

Ótimo. Então aja como filho de Deus. Não minta, não pratique desonestidade ao afirmar coisas atribuindo a mim o que eu não disse. Abraço fraternal em Cristo também!

Em seguida coloco comentários de um outro leitor que se identificou como NDCOBAT.
NDCOBAT disse...
Então me aponte um eleito! ou um salvo! Como você poderia saber? Pregar o evangelho e nossa missão! DEUS é quem escolheu seus eleitos. DEUS é DEUS!
 

Quando eu ousei afirmar que podemos apontar um eleito nos termos em que você coloca a questão? Aqui está mais uma prova da vigarice moral, da delinquência intelectual caudatária do cego amor por teologias altamente suspeitas. Mas respondo a parte passível de réplica. Podemos conhecer eleitos sim depois de conviver com eles. Exemplo? Os nossos sinceros irmãos em Cristo com os quais convivemos na igreja comprada com o sangue do sacrifício perfeito. Pelos frutos conhecemos o trigo. Antes do novo nascimento, aí sim, é impossível conhecermos os eleitos, afinal não somos oniscientes. Sim, é Deus quem escolhe seus eleitos. A diferença é que nós arminianos não cremos, e muito sensatamente, que o Deus soberano faça uso de sua soberania para cometer arbitrariedades ou negar-se a si mesmo, negar seus próprios atributos tais como o fato de ser um Deus de amor, Deus que também não faz acepção de pessoas. Não cremos que Deus criou bilhões de seres humanos apenas para mandá-los ao inferno, para a glória dEle. Ai, ai, ai, ai, ai. Substanciados em I Pedro 1.2 e em Romanos 8.29 e em uma variedade de outros capítulos e versículos, entendemos que eleição e presciência coexistem. Compreendemos que o Pai teve critérios para estabelecer seus eleitos. 

Veja a história de Jó, quer algo completamente absurdo para nossa consciência humana! Dizer que o calvinista mente utilizando a predestinação é no mínimo deturpar o conhecimento bíblico. Fique na Paz! 8 de fevereiro de 2014 18:16
Este trecho não ficou claro. Está confuso na verdade. Suspeito que o comentarista não conseguiria explicar o que tencionava expressar nem em que sentido as suas últimas palavras tem a ver com o paradoxo já anteriormente exposto por mim. Suspeito tratar-se de uma estratégia de calvinistas para fugir do tema central em debate quando se sentem acuados, com vertigem, sei lá..., com sensação de afogamento (entendeu a metáfora?). Fique na paz também. Eu já estou pacificado na mente e no coração em Cristo.
Abaixo segue o endereço do artigo que (não)inspirou comentários torcidos:

http://chamabereana.blogspot.com.br/2012/12/o-calvinismo-na-teoria-e-impossibilida.html#more

Sandro Moraes é jornalista e radialista

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