18 março, 2010

O não-perdão como desconstrução da vida

“Enquanto apedrejavam Estêvão, este orava: ‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito’. Então caiu de joelhos e bradou: ‘Senhor, não os considere culpados deste pecado’. E, tendo dito isto, adormeceu” (At 7.59,60).

A semelhança das palavras do primeiro mártir da história da igreja com as palavras do Senhor Jesus quando pediu ao Pai que perdoasse os pecados daqueles que o crucificavam e zombavam dele (Lc 23.34), nos deixa um grande exemplo de perdão. E numa situação de violência extrema. Seríamos capazes de perdoar como Estêvão perdoou os seus algozes? Sim, se tivermos a nossa vida debaixo do absoluto controle e soberania de Deus, se estivermos cheios do Espírito Santo e do amor divino. Não é desejo de Cristo que venhamos a retribuir o mal com o mal. Embora nossa atitude natural seja a de desejo por justiça e vingança no lugar da misericórdia quando somos ofendidos, perseguidos, caluniados ou maltratados, o modelo deixado pelo herói da fé deve inundar profusamente a nossa mente e coração. Se Estêvão guardou o exemplo do Senhor Jesus, nós também podemos guardar o mesmo. Não digo que seja fácil perdoar, mas o perdão não pode ser dificultado, tornado pesado, além de ser uma exigência do Pai.

“Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus... Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso!” (Mt 5.44,46,47).

Os perdoados têm que ser perdoadores ao invés de ofensores.  “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mt 6.14,15).

Perdoar salva, cura. Creio que a oração de Jesus no alto da cruz para que o Pai perdoasse aquela multidão que não sabia o que estava fazendo foi atendida no dia de Pentecostes quando três mil pessoas receberam o perdão divino e a vida eterna. Creio que muitos daqueles que pediram ou desejaram a crucificação de Jesus estavam entre as três mil novas vidas do reino.

Só podemos ser perdoados se perdoarmos, e somente os perdoados irão entrar no céu. Portanto, perdoar é preciso, perdoar sem limites, sem condições e exigências prévias (Mt 18.21,22). Até para que a nossa oferta no altar seja aceita diante de Deus tem que haver perdão: “Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta” (Mt 5.23,24).Observe também que conforme este ensinamento de Cristo, a iniciativa pela reconciliação deve ser sempre nossa, mesmo que sejamos os ofendidos.

Existe, todavia o falso-perdão e cuidado é imprescindível para não cairmos nessa armadilha.

O que não é perdão?

Perdoar não é aceitar desculpas posto que aquilo que pode ser desculpado não pode ser perdoado. Só o que não pode ser desculpado é que pode ser perdoado.
Perdoar não é amenizar ou fingir que pecado não é pecado.
Perdoar não é ter condescendência do tipo: “Sua ofensa não me magoou porque o que vem de baixo não me atinge”. Orgulho nobre é vingança disfarçada; é esfregar o pecado no rosto do ofensor. Máscara de altivez sufoca o perdão.
Perdoar não é acumular, adiar ou tornar a justiça pendente. “Perdôo você só desta vez, mas se fizer isso de novo...”
Perdoar também não é dispensar ao ofensor um tratamento de desconfiança sem deixar possibilidades para o recomeço de um relacionamento.
Perdoar também não é zerar a conta do ofensor depois que este cumpriu a punição pela ofensa que cometeu. Conceder o perdão imerecido está além do desejo de vingança ou justiça.

A hipérbole de que devemos perdoar setenta vezes sete, ou seja, sempre, revela que perdoar deve ser tão natural em nossa vida quanto respirar; o perdão é o oxigênio da alma.

Se o nosso coração está insensível para a reconciliação, significa que estamos longe de Deus. E se este for o seu caso, permita que o Senhor Jesus Cristo o liberte da amargura, ira e toda maldade para desfrutar as bênçãos da liberdade e da vida com abundância.

Quem não perdoa, não ama. Baseado nesta última frase, concluo deixando alguns versículos para sua reflexão.

“aquele que afirma que permanece nele (Cristo), deve andar com ele andou” (1 Jo 2.6).

 “Quem afirma estar na luz, mas odeia seu irmão, continua nas trevas. Quem ama seu irmão permanece na luz, e nele não há causa de tropeço. Mas quem odeia seu irmão está nas trevas e anda nas trevas” (1 Jo 2.9-11).

“Quem não ama permanece na morte” (1 Jo 3.14b).

“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4.8).

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém afirmar: ‘Eu amo a Deus’, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4.19,20).

Reflita nisto!

Sandro Moraes

São Luís, MA, Brasil.



4 comentários:

leila disse...

Olá, a paz de Cristo para sua vida.
Parabéns!
Bela,importante e oportuna a reflexão sobre perdoar.

Alexandre Pitante disse...

Paz, Sandro.

Muito boa esta matéria, De fato precisamos perdoar. Quem não consegue perdoar, nunca foi perdoado. Só tem miseridordia quem um dia precisou dela. Pv 21.13 leia.

Deus lhe abençoe pela postagem.

www.alexandrepitante.blogspot.com

Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.

Alexandre Pitante disse...

Paz, Sandro.
Fico agradecido e lisonjeado pelo comentário so meu blog. Em agradecimento estarei fazendo o mesmo. Colocando seu link no meu Blog.

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Abraço em Cristo, Alexandre Pitante.

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Querido(a) vejá que lindo selinho ganhei e passo ele para você

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