Insuportável: mesmo que preciso e paradoxalmente insuficiente, o termo é bastante apropriado para descrever o nauseante cenário do evangelicalismo tupiniquim. Nauseante e confuso, realidade que também pode ser definida como babel, tamanha é a confusão e mistura da verdade com o erro no meio daquilo que se convencionou chamar de igreja evangélica.
Conceituar o que é ser evangélico tornou-se um desafio a tal ponto que se torna perigoso alguém apresentar-se como tal, já que grande é o risco de ser confundido com tudo aquilo que é tortuoso, de mau-caráter, salafrário, mercenário ou idiota, dependendo do contexto em que essa rotulação é apresentada. Já não há mais referências precisas. Se até meados do decênio de 1990, evangélico era alguém confiável, com retidão de caráter, desejável de muitas empresas, não apreciador das bebedeiras, noitadas ou baladas, freqüentador de igreja, adorador de Cristo, afeiçoado à oração, à leitura da Bíblia e a verdadeira espiritualidade, hoje evangélico é, aos olhos de boa parcela da sociedade, alguém indefinível, indecifrável, alienado, é tudo exceto alguém relacionado ao evangelho de Cristo.